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terça-feira, 19 de maio de 2015

Negócio da China? Ótimo para quem quer ser quintal...

A China quer construir uma estrada de ferro através da floresta amazônica. O percurso proposto é de 5.300 quilômetros no Brasil e Peru, começando perto do Porto do Açu, no estado do Rio de Janeiro, passando por Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre. A ferrovia cortaria florestas de maior biodiversidade no mundo, ligando a costa atlântica brasileira com a costa peruana do Pacífico, para reduzir custos de transporte de petróleo, minério de ferro, soja e outras commodities que a China importa. É de chorar de joelhos só de pensar no insustentável modo chinês de obrar seus megaempreendimentos para viabilizar o estúpido crescimento econômico custe o que custar.
Os chineses são colecionadores de degradações do meio ambiente, poluidores número 1 no planeta. Muito espertos, querem garantir o crescimento econômico lá às custas do meio ambiente e da qualidade de vida aqui. Os desafios logísticos dão a dimensão da grandeza dos impactos, como construir por entre florestas densas, pântanos, deserto, montanhas e áreas em que há conflitos, traficantes de drogas, madeireiros, mineradores. É a velha “estratégia” de europeus e norte-americanos lidarem com países “pobres” na versão BRICS.
O presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Charles Tang, nem disfarça: "O quintal dos Estados Unidos está se transformando no da China. E não só o Brasil, mas toda a América Latina". Ui, é de doer... Ainda mais doído é o modo distorcido de exaltar a presença chinesa no Brasil. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, espera que nosso país possa se tornar uma plataforma de produção local de bens industriais chineses. Que futuro próspero, hein, produzir bugigangas e vender aqui mesmo para os chineses faturarem.
Vamos mesmo chancelar mais esse “negócio da China” no Brasil?   

China poluída { Crianças que nunca viram estrelas nem um céu azul...

Na província de Shanxi, na China, é intensa extração de carvão, por isso a região é uma das mais poluídas do mundo. A jornalista chinesa Chai Jing perguntou a uma menina de 6 anos, que mora em Shanxi, se ela já havia visto alguma vez as estrelas no céu. A resposta pode surpreender você, que vê o céu todos os dias, mas, é óbvia no país em que crescimento econômico é mais importante que a vida.
A menina respondeu: Não. Ela nunca viu estrelas no céu. 
E um céu azul, será que já viu?
A menina respondeu: Eu vi um céu que era um pouco azul uma vez.
E será que ela já viu nuvens brancas?
A menina respondeu: Não.
Chai Jing produziu um documentário sobre a realidade da degradação na China e de desprezo pela legislação ambiental. Bombou na internet e já foi censurado pelo governo chinês. É um registro importante para todo o mundo, porque nos mostra como são rápidos os resultados catastróficos de um crescimento econômico violento, obtido exatamente por eliminar pessoas e ambientes da equação explorar + produzir + vender = lucro.
Os danos do modelo econômico insustentável do crescimento chinês estão ocorrendo agora, não se trata mais de um problema para o futuro, valendo para toda e qualquer nação cujos líderes insistem na ignorância da obviedade.
Veja o documentário da Chai e compartilhe! A verdade inconveniente da China pode até ser censurada por lá, mas, a natureza não tem fronteiras { http://bit.ly/DocumentarioChai

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Nos equivocamos ao dizer que chegaríamos a 80% da Baía de Guanabara limpa

Depois de tentar "provar" o improvável, o secretário do ambiente do estado do Rio de Janeiro admitiu publicamente que a Baía de Guanabara não vai estar despoluída para os Jogos Olímpicos em 2016. Demorô... Precisou dar o showzinho midiático típico de ôtoridades fanfarronas, mergulhando nas águas da baía, o que pegou mal e não provou que as condições são boas ou seguras, ao contrário, trouxe à tona mais informações sobre os riscos para os atletas.
O seu André Corrêa reconhece que sem saneamento em todos os municípios da Baixada Fluminense não tem Baía de Guanabara despoluída. Em outras palavras, sendo usada como latrina e recebendo esgotos... E não só isso, recebendo todo tipo de lixo, resíduos de indústrias, óleo de embarcações, continuamos na mesma situação crítica e piorando. Além do saneamento, tem que fazer educação ambiental, fiscalizar e punir poluidores, apoiar os municípios na implantação de coleta seletiva.
"Nos equivocamos ao dizer que chegaríamos a 80% da Baía de Guanabara limpa" [André Corrêa,  secretário do ambiente do Rio]
Saiba mais na matéria do jornal Extra { http://glo.bo/1KMaSaQ

terça-feira, 14 de abril de 2015

O fogaréu e o rescaldo

Durou 9 dias o incêndio na Ultracargo [na área industrial da Alemoa, em Santos]. Os impactos ambientais e sociais começaram a ser noticiados  quando completou 1 semana. Peixes morrendo, combustível vazado, fumaça, fumaça, fumaça, chuva ácida se chover. 
As dificuldades para apagar o fogaréu indicam como a empresa deveria lidar com riscos para evitar a ocorrência, para não alastrar, para conter e para se relacionar com moradores, órgãos e imprensa. E a conduta protagonista seria o adequado pela gravidade da situação e pela grandeza dos impactos negativos, com prejuízos econômicos, ambientais e sociais que, no final das contas, são compartilhados com a sociedade.  
O Brasil tem uma bela e avançada legislação ambiental. Quando ouvimos ôtoridades ou empresários reclamando de licenciamento, estudos de impactos, planos de gestão de riscos e programas de ações preventivas, e vemos um desastre como o incêndio nos tanques de combustíveis da Ultracargo, fica fácil entender que estão errados. O plano para gerenciamento de riscos, com análises quantitativa e qualitativa, com classificação de riscos aceitáveis e não aceitáveis, e um programa de prevenção e controle de acidentes são instrumentos que dariam à empresa as condições de seus gestores terem conduta protagonista antes, durante e depois. 
Mas, não basta ter um instrumento de gestão ambiental, tem que manter atualizado. E estando, moradores do entorno sabem o que fazer em diferentes situações, pois são treinados previamente. Possíveis impactos são anunciados para a imprensa, junto com orientações básicas de segurança, com a transparência que anula crises e dispersa alarmes falsos ou sensacionalistas pela confiança
Consultamos no site da Ultracargo a seção sobre seus programas, normas e certificações. Entre os programas está o EPA [Examine, Planeja e Aja], que "tem o objetivo de eliminar as situações de risco, estimulando o planejamento adequado à tarefa, garantindo que as atividades de rotina sejam efetuadas com fundamentos de segurança.", e ponto final. Informações sobre ações executadas ou previstas no programa? Orientações? Tem não... Considerando a periculosidade do negócio, o site deveria ser um canal dinâmico de comunicação com stakeholders, porém, não é aproveitado pela empresa para gerar valor.
A comunicação reflete a gestão de uma empresa, e a gestão determina sua reputação. Apagado o incêndio, o rescaldo cabe aos moradores. É importante que conheçam o plano de gerenciamento de riscos, as ações dos programas, que peçam diálogos efetivos. E se a Ultracargo não apresentou ainda, então, taí a oportunidade.