quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Governo prefere repelente industrial a nacional natural. Pior pra nós!

O governo federal vai distribuir repelentes industriais para grávidas e dependentes do Programa Bolsa Família. Os ministros da Casa Civil e da Saúde se reuniram com fabricantes para saber a quantidade que podem fornecer. Parece legal, né? Só que não é bem assim, porque temos um produto brasileiro de melhor qualidade, capaz de repelir o mosquito transmissor da Dengue, da Chikungunya e do Zika vírus sem nenhuma contraindicação, sem danos ao ambiente e nem a nossa saúde.


Pesquisadores pernambucanos criaram um repelente totalmente natural, sem compostos químicos, já aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa], com ação segura, que pode ser usado em grávidas, crianças e até recém-nascidos. O Bio-repely é um produto brasileiríssimo, fruto de pesquisa baseada no costume indígena de usar óleos para proteção contra picadas de mosquitos, avalizada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e apoiada pela Financiadora de Estudos e Projetos [Finep].

O dermatologista Djalma Marques e a engenheira química Fátima Fonseca terminaram a pesquisa em 2014, com o resultado sensacional de oferecer um novo repelente, livre de todas as substâncias químicas sintéticas que causam danos a nós e ao meio ambiente. A fórmula leva óleos essenciais de Alecrim, Cravo, Citronela e Andiroba, protege por até 4 horas, e ainda é hidratante, tem probióticos repositores de substâncias da pele perdidas durante o banho.

Mas, então, por que o governo do nosso país prefere repelentes industriais ao repelente brasileiro natural aprovado pela Anvisa? Ah, é que a produção é baixa… Ué, vamos pensar nas oportunidades! Um tiquinho de visão de nação não faz mal algum. Investir no aumento da produção do nosso repelente, ao invés de gastar comprando os industriais, é um negócio com ótimos impactos econômicos, sociais e ambientais. O Bio-repely não é um produto qualquer, sua produção e distribuição em escala pode gerar empregos, baixar custos. A preocupação com a transmissão do Zika chegou às Américas, e também a países da Europa, até o Obama já divulgou que o problema está na pauta do governo dos Estados Unidos. E nós aqui com um baita repelente, bora exportar.

Se a valorização do produto nacional e natural não rola, faz você a escolha pelo melhor repelente para proteger sua família. Segue o link para comprar on line o Bio-repely { http://bit.ly/1NAziTx

Dica: Não desanima se o Bio-Repely estiver em falta. Manda e-mail, comenta na página do facebook, é importante mostrar que há demanda e isso também ajuda a baixar o preço do produto e do frete.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

A intransferível responsabilidade por sujar o #madeinbrazil

A campanha de boicote ao agronegócio de Mato Grosso do Sul, motivada pela violência crescente aos Guarani Kaiowá por parte de produtores rurais em situação irregular em Terras Indígenas, é uma pressão legítima em defesa da vida e de direitos. Resposta da sociedade à omissão do governo federal que permite o que se caracteriza como genocídio, é também uma ação de mobilização social propositiva de mudança que colabora para expansão da agropecuária sustentável no Brasil. Soja plantada em Terra Indígena invadida não é sustentável, carne de boi que pasta em Terra Indígena invadida e desmatada não é sustentável. Essa classificação não é inventada, resulta das decisões de gestão que carregam a responsabilidade por métodos socioambientalmente insustentáveis e com riscos econômicos e jurídicos. 

Da Anistia Internacional ao Ibase do Betinho, mais de 90 organizações já apoiam a iniciativa. Lançada em outubro pelo Conselho Terena e o Aty Guassú do Povo Guarani Kaiowá, a campanha de boicote ao agronegócio de Mato Grosso do Sul esclarece como irregularidades em Terras Indígenas sujam a imagem do Brasil no mercado internacional, que exige certificação de práticas em conformidade com aspectos ambientais e sociais, e representam uma ameaça à reputação do setor em avaliações de risco. Ataques a bala, assassinatos de lideranças, estupros, sumiços de jovens, tortura a crianças e idosos indígenas, incêndios, saraivadas de tiros para o alto são agravantes que marcam a produção agropecuária sul-mato-grossense em situação irregular, da qual empresários que investem na gestão de sustentabilidade no estado deveria se dissociar.
 
Quem prefere fazer gestão de problemas, e não de soluções, transforma a dependência das decisões do poder público em justificativa para insistir em irregularidades e para impor condições favoráveis a conflitos e violências condenáveis na justiça e na moral.  O empresário que monta sua equipe com capangas e dá a ordem para atirar em índios já decidiu que seus produtos não podem ser classificados como sustentáveis, muito menos certificados, para serem vendidos para EuropaEstados UnidosÁsia. É o preço a pagar que ele mesmo bota nos métodos arcaicos e tacanhos de gestão do seu negócio, e essa responsabilidade por sujar o made in Brazil é intransferível.
O caminho para um agronegócio sustentável no Brasil, ou em qualquer lugar do mundo, requer diagnósticos e adequações a critérios objetivos para as materialidades da cadeia produtiva, o que beneficia a economia, o meio ambiente e a sociedade. Como vendemos para o mercado externo, não é desconhecido, especialmente para os grandes produtores rurais, o conjunto de normas internacionais para as práticas ambientais, trabalhistas, sociais, de bem-estar animal e de gestão. A certificação exigida para exportação de produtos agropecuários brasileiros tem impactos positivos no mercado interno, então, também não são desconhecidas do setor as conformidades de sustentabilidade já adotadas por bancos e compradores.
 
Irregularidades em Terras Indígenas e desmatamento ilegal são práticas sem conformidade alguma com critérios e aspectos legais de sustentabilidade, inadmissíveis sob normas internacionais para certificação, financiamentos ou comércio. O empresário do agronegócio que mantém situação irregular em Terra Indígena cria e assume o risco de afetar negativamente a imagem da sua produção, do seu estado e do país, de arcar com possíveis prejuízos decorrentes dessa associação e até de comprometer o avanço de um modelo de economia que pressupõe ética e respeito, ou seja, é uma prerrogativa de gestão.
 
Não tem desavisado nessa história secular de bala contra flecha e árvore. Tanto que no capítulo Gestão do Guia de Práticas para Pecuária Sustentável do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável [GTPS] é recomendado que o "empresário precisa ficar atento à presença de terras indígenas" e informado que qualquer "irregularidade envolvendo estas terras podem impactar diretamente as operações da propriedade". A pressão sobre bancos e frigoríficos é reconhecida como forma de combater irregularidades, com o alerta de que são evitados negócios com propriedades rurais em que ocorrem problemas ou com problemas associados a elas ou até próximos, tanto em relação a Terras Indígenas quanto ao desmatamento ilegal. Isso quer dizer que um único produtor fora dos conformes é capaz de prejudicar os outros e dar má fama à vizinhança que optou pela gestão sustentável de seus negócios. 

Sustentabilidade no agronegócio brasileiro faz diferença daqui para fora. Por isso, aliás, a aprovação da PEC215 deveria ser avaliada pelo setor como uma grave ameaça aos negócios internacionais em conformidade com práticas sustentáveis. Com a transferência da soberania do Estado sobre a demarcação de Terras Indígenas do executivo para o legislativo, o Brasil vai ser posicionado como um mercado em que sequer a Constituição é respeitada e no qual se oficializa o desrespeito a direitos para legalizar a produção fora de conformidade, o que é incertificável. A proposta é tão surreal que não mensura o tamanho da insegurança jurídica e o potencial de instigação e aumento de conflitos, ignorando que as consequências podem ser dramáticas [estamos falando de gente e perdas de vidas] e institucionalmente danosas ao país. Afinal, quem vai certificar a sustentabilidade de qual produto num lugar desses?

Só lembrando: Todas as Terras Indígenas deveriam estar demarcadas e homologadas no Brasil desde 1993, conforme a Constituição Federal.  

Já entendeu e quer se engajar?
. Segue o link para a página da iniciativa de mobilização no facebook
. Acesse os banneres da campanha com legendas em 3 idiomas em Eco Lógico Sustentabilidade http://bit.ly/CampanhaboicoteagronegocioMS

Quer saber mais sobre o contexto de violências contra os indígenas em Mato Grosso do Sul?
. Veja  o artigo “Os condenados dessa terra”, do Prof. Dr. Neimar Machado de Sousa, no Portal EcoDebate
. Leia a matéria da Carta capital “Omissão assassina no Mato Grosso do Sul - O governo e a Justiça têm culpa no conflito sangrento entre índios e fazendeiros”, de Rodrigo Martins, publicada em 09/10



Beatriz Carvalho Diniz
Consultora de Comunicação e Sustentabilidade, expertise em políticas públicas socioambientais, com especialização em Gestão Ambiental. Criativa de Eco Lógico Sustentabilidade, conteúdo produzido com amor, sem fins lucrativos, desde 2009.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Quem vai certificar que soja plantada em Terra Indígena invadida é sustentável?


Fazer gestão de problemas, e não de soluções, torna a dependência das decisões do poder público em justificativa para insistir em irregularidades e para impor condições favoráveis a conflitos e violências condenáveis na justiça e na moral.  O empresário que monta sua equipe com capangas e dá a ordem para atirar em índios já decidiu que seus produtos não podem ser classificados como sustentáveis, muito menos certificados, para serem vendidos para EuropaEstados UnidosÁsia. É o preço a pagar que ele mesmo bota nos métodos arcaicos e tacanhos de gestão do seu negócio, e essa responsabilidade por denegrir o made in Brazil é intransferível.

O caminho para um agronegócio sustentável no Brasil, ou em qualquer lugar do mundo, requer diagnósticos e adequações a critérios objetivos para as materialidades da cadeia produtiva, o que beneficia a economia, o meio ambiente e a sociedade. Como vendemos para o mercado externo, não é desconhecido, especialmente para os grandes produtores rurais, o conjunto de normas internacionais para práticas ambientais, trabalhistas, sociais, de bem estar animal e de gestão. A certificação exigida para exportação tem impactos positivos no mercado interno, então, também não são desconhecidas do setor as conformidades para sustentabilidade já adotadas aqui por bancos e compradores.

A campanha de boicote ao agronegócio de Mato Grosso do Sul, motivada pela violência crescente aos Guarani Kaiowá por parte de produtores rurais em situação irregular em Terras Indígenas, é uma pressão legítima em defesa da vida e de direitos. Resposta da sociedade à omissão do governo federal que permite o que se caracteriza como genocídio, é uma ação de mobilização social propositiva de mudança que colabora também para expansão da agropecuária sustentável no Brasil. Soja plantada em Terra Indígena invadida não é sustentável, carne de boi que pasta em Terra Indígena desmatada não é sustentável. Essa classificação não é inventada, resulta das decisões de gestão que carregam a responsabilidade por métodos socioambientalmente insustentáveis e com riscos econômicos e jurídicos.

Irregularidades em Terras Indígenas e desmatamento ilegal são práticas inadmissíveis sob normas internacionais, que não estão em conformidade com critérios e aspectos legais de sustentabilidade, seja para certificação, financiamentos ou comércio. O empresário do agronegócio que mantém situação irregular em Terra Indígena cria e assume o risco de sujar a reputação da sua produção, arcar com possíveis prejuízos decorrentes, afetar negativamente a imagem do país e comprometer o avanço de um modelo de economia que pressupõe ética e respeito, é uma prerrogativa de gestão.
           
E não tem desavisado nessa história secular de bala contra flecha e árvore. Tanto que no capítulo Gestão do Guia de Práticas para Pecuária Sustentável do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável [GTPS] é recomendado que o "empresário precisa ficar atento à presença de terras indígenas" e informado que qualquer "irregularidade envolvendo estas terras podem impactar diretamente as operações da propriedade". A pressão sobre bancos e frigoríficos é reconhecida como forma de combater irregularidades, com o alerta de que são evitados negócios com propriedades rurais em que ocorrem problemas ou com problemas associados a elas ou até próximos, tanto em relação a Terras Indígenas quanto ao desmatamento ilegal. Isso quer dizer que um único produtor fora dos conformes é capaz de prejudicar os outros e dar má fama à vizinhança que optou pela gestão sustentável de seus negócios. 

Sustentabilidade no agronegócio brasileiro faz diferença daqui para fora. Por isso, aliás, a aprovação da PEC 215 deveria ser avaliada pelo setor como uma grave ameaça aos negócios internacionais em conformidade com práticas sustentáveis. Com a transferência da soberania do Estado sobre a demarcação de Terras Indígenas do executivo para o legislativo, o Brasil vai ser posicionado como um mercado em que sequer a Constituição é respeitada e no qual se oficializa o desrespeito a direitos para legalizar a produção fora de conformidade, o que é incertificável. A proposta é tão surreal que não mensura o tamanho da insegurança jurídica e o potencial de instigação e aumento de conflitos, ignorando que as consequências podem ser dramáticas [estamos falando de gente e perdas de vidas] e institucionalmente danosas ao nosso país. Quem vai certificar a sustentabilidade de qual produto num lugar desses? 

Só lembrando: Todas as Terras Indígenas deveriam estar demarcadas e homologadas no Brasil desde 1993, conforme a Constituição Federal.  


Para acompanhar a iniciativa de mobilização no facebook { http://bit.ly/CPIdoGenocidio

Para acessar os banneres da campanha com legendas em 3 idomas { http://bit.ly/CampanhaboicoteagronegocioMS

Saiba mais sobre o contexto de violências contra os indígenas em Mato Grosso do Sul:
Artigo Os condenados dessa terra, do Prof. Dr. Neimar Machado de Sousa, publicado no Portal EcoDebate { http://www.ecodebate.com.br/2015/10/13/guarani-e-kaiowa-os-condenados-desta-terra-artigo-de-neimar-machado-de-sousa/
Matéria da Carta capital “Omissão assassina no Mato Grosso do Sul - O governo e a Justiça têm culpa no conflito sangrento entre índios e fazendeiros”, de Rodrigo Martins, publicada em 09/10 { http://www.cartacapital.com.br/revista/870/omissao-assassina-6689.html




quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Tem como certificar sustentabilidade da carne de boi que pasta em Terra Indígena desmatada?

O caminho para um agronegócio sustentável no Brasil, ou em qualquer lugar do mundo, requer diagnósticos e adequações a critérios objetivos para as materialidades da cadeia produtiva, o que beneficia a economia, o meio ambiente e a sociedade. Como vendemos para o mercado externo, não é desconhecido, especialmente para os grandes produtores rurais, o conjunto de normas internacionais para práticas ambientais, trabalhistas, sociais, de bem estar animal e de gestão. A certificação exigida para exportação de produtos agropecuários brasileiros tem impactos positivos no mercado interno, então, também não são desconhecidas do setor as conformidades de sustentabilidade já adotadas aqui por bancos e compradores.

Irregularidades em Terras Indígenas e desmatamento ilegal, por exemplo, são práticas inadmissíveis sob normas internacionais, que não estão em conformidade com critérios e aspectos legais de sustentabilidade, seja para certificação, financiamentos ou comércio.  O empresário do agronegócio que mantém situação irregular em Terra Indígena cria e assume o risco de sujar a reputação da sua produção, arcar com possíveis prejuízos decorrentes, afetar negativamente a imagem do país e comprometer o avanço de um modelo de economia que pressupõe ética e respeito, é uma prerrogativa de gestão.

Quem prefere fazer gestão de problemas, e não de soluções, transforma a dependência das decisões do poder público em justificativa para insistir nas irregularidades e para impor condições favoráveis a conflitos e violências condenáveis na justiça e na moral.  O empresário que monta sua equipe com capangas e dá a ordem para atirar em índios já decidiu que seus produtos não podem ser classificados como sustentáveis, muito menos certificados, para serem vendidos para EuropaEstados UnidosÁsia. É o preço a pagar que ele mesmo bota nos métodos arcaicos e tacanhos de gestão do seu negócio, e essa responsabilidade por denegrir o made in Brazil é intransferível.
A campanha de boicote ao agronegócio de Mato Grosso do Sul, motivada pela violência crescente aos Guarani Kaiowá por parte de produtores rurais em situação irregular em Terras Indígenas, é uma pressão legítima em defesa da vida e de direitos. Resposta da sociedade à omissão do governo federal  que permite o que se caracteriza como genocídio, ação de mobilização social propositiva de mudança que colabora para expansão da agropecuária sustentável no Brasil. Soja plantada em Terra Indígena invadida não é sustentável, carne de boi que pasta em Terra Indígena desmatada não é sustentável. Essa classificação não é inventada, resulta das decisões de gestão que carregam a responsabilidade por métodos socioambientalmente insustentáveis e com riscos econômicos e jurídicos.

Não tem desavisado nessa história secular de bala contra flecha e árvore. Tanto que no capítulo Gestão do Guia de Práticas para Pecuária Sustentável do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável [GTPS] é recomendado que o "empresário precisa ficar atento à presença de terras indígenas" e informado que qualquer "irregularidade envolvendo estas terras podem impactar diretamente as operações da propriedade". A pressão sobre bancos e frigoríficos é reconhecida como forma de combater irregularidades, com o alerta de que são evitados negócios com propriedades rurais em que ocorrem problemas ou com problemas associados a elas ou até próximos, tanto em relação a Terras Indígenas quanto ao desmatamento ilegal. Isso quer dizer que um único produtor fora dos conformes é capaz de prejudicar os outros e dar má fama à vizinhança que optou pela gestão sustentável de seus negócios. 

Sustentabilidade no agronegócio brasileiro faz diferença daqui para fora. Por isso, aliás, a aprovação da PEC 215 deveria ser avaliada pelo setor como uma grave ameaça aos negócios internacionais em conformidade com práticas sustentáveis. Com a transferência da soberania do Estado sobre a demarcação de Terras Indígenas do executivo para o legislativo, o Brasil vai ser posicionado como um mercado em que sequer a Constituição é respeitada e no qual se oficializa o desrespeito a direitos para legalizar a produção fora de conformidade, o que é incertificável. A proposta é tão surreal que não mensura o tamanho da insegurança jurídica e o potencial de instigação e aumento de conflitos, ignorando que as consequências podem ser dramáticas [estamos falando de gente e perdas de vidas] e institucionalmente danosas ao nosso país. Quem vai certificar a sustentabilidade de qual produto num lugar desses?

Só lembrando: Todas as Terras Indígenas deveriam estar demarcadas e homologadas no Brasil desde 1993, conforme a Constituição Federal.


Para acompanhar a iniciativa de mobilização no facebook { http://bit.ly/CPIdoGenocidio

Para acessar os banneres da campanha com legendas em 3 idomas { http://bit.ly/CampanhaboicoteagronegocioMS

Saiba mais sobre o contexto de violências contra os indígenas em Mato Grosso do Sul
Artigo Os condenados dessa terra, do Prof. Dr. Neimar Machado de Sousa, publicado no Portal EcoDebate { http://www.ecodebate.com.br/2015/10/13/guarani-e-kaiowa-os-condenados-desta-terra-artigo-de-neimar-machado-de-sousa/

Matéria da Carta capital “Omissão assassina no Mato Grosso do Sul - O governo e a Justiça têm culpa no conflito sangrento entre índios e fazendeiros”, de Rodrigo Martins, publicada em 09/10 { http://www.cartacapital.com.br/revista/870/omissao-assassina-6689.html









sábado, 17 de outubro de 2015

Do Brasil para o mundo: a campanha de boicote ao‪ agronegócio‬ de MS

A carne, a soja e a cana de Mato Grosso do Sul, vendidas a europeus, americanos e asiáticos, têm o sangue de indígenas brasileiros. Do Brasil para o mundo, o pedido é para que não comprem. A campanha internacional de boicote ao‪ agronegócio‬ de Mato Grosso do Sul é uma resposta da sociedade à omissão do governo federal ao genocídio dos Guarani Kaiowá, sobre os quais se acirrou nos últimos meses a violência dos fazendeiros invasores de terras indígenas que já deveriam ter sido demarcadas e homologadas desde 1993, conforme a Constituição Federal.  

A lista de violações de direitos dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul é tão grave e extensa quanto ignorada no estado e no país. Insegurança alimentar, remoção dos territórios tradicionais, violências contra mulheres e crianças, contaminação por agrotóxicos, intolerância religiosa, assassinato, trabalho escravo, exploração sexual, crianças sem acesso à educação e saúde. A inversão de valores e direitos é tamanha que a assembleia legislativa do estado abriu CPI para investigar as ações do CIMI de proteção aos índios, e não para investigar tiroteios, mortes, estupros, incêndios, impedimento de crianças irem à escola, o não atendimento de feridos, a obstrução de ajudas. 

O volume de doações de empresas frigoríficas e usinas de etanol para financiar campanhas eleitorais de deputados estaduais indica a predominância dos interesses econômicos sobre a lei e a vida, explica a tradição dos valores e direitos invertidos. Mato Grosso do Sul, localizado na região Centro-oeste, na fronteira com Paraguai e Bolívia, tem uma área total de 35 milhões de hectares, dos quais 65% são destinados ao rebanho de mais de 20 milhões de bovinos. Apenas 30 mil hectares são ocupados pelos Guarani Kaiowá, cuja população desde 1915 tem sido sistematicamente removida de seus territórios tornados fazendas, o que corresponde a menos de 1% da área total do estado. Com o incremento do cultivo de cana-de-açúcar para produção de etanol e biodiesel, na década de 90, a pressão econômica sobre as terras indígenas aumentou, assim como os assassinatos e suicídios de índios

Engaje-se { http://bit.ly/CPIdoGenocidio

Veja a campanha com as peças em 3 idomas em Eco Lógico Sustentabilidade e compartilhe { http://bit.ly/CampanhaboicoteagronegocioMS

Saiba mais sobre o contexto de violências contra os indígenas em Mato Grosso do Sul no artigo Os condenados dessa terra do Prof. Dr. Neimar Machado de Sousa, publicado no Portal EcoDebate  { http://www.ecodebate.com.br/2015/10/13/guarani-e-kaiowa-os-condenados-desta-terra-artigo-de-neimar-machado-de-sousa/

Para acessar a matéria da Carta capital “Omissão assassina no Mato Grosso do Sul - O governo e a Justiça têm culpa no conflito sangrento entre índios e fazendeiros”, de Rodrigo Martins, publicada em 09/10 { http://www.cartacapital.com.br/revista/870/omissao-assassina-6689.html

domingo, 11 de outubro de 2015

Sabia que livro tem ninho? Olha só...


Você chega na praça e vê um Ninho de Livro, dando ao poste sem graça a alegria da cor e uma nova função. É um livreiro de troca, para quem quiser pegar um livro e deixar outro. Abrir a portinha do Ninho de Livro é mágico, pode acreditar!

Tem a surpresa do que se vai encontrar, tem a iniciativa de estimular a leitura e a cooperação, tem a dinâmica da troca e da responsabilidade compartilhada. Que lindo ver essa ideia genial espalhada pela cidade do Rio de Janeiro!

Para facilitar o encontro entre livros e leitores, basta postar o nome do livro e o local do ninho com a hashtag ninhodelivro [#ninhodelivro]. Como o Ninho de Livro é um ornamento nos equipamentos urbanos, vai render selfies bem bacanas com certeza. E taí, ostentar a bela atitude de doar e influenciar para o desapego é tudo de bom, né?


Foi na praça Saens Pena, na zona Norte da cidade do Rio, que vi o Ninho de Livro. Impossível resistir à curiosidade. O que é a casinha colorida, tem algo dentro, pode abrir? É um elemento lúdico na paisagem, as crianças logo notam.

Esse notar, parar, abrir e descobrir que ali moram livros tem um encanto também para os adultos, sempre com pressas e rotinas. Dar uma paradinha e ler o trecho de um livro pode dar uma boa desestressada no caminho de qualquer pessoa.


Saiba mais em facebook.com/ninhodelivro


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Saindo pra night? Então se liga na chapinha!

Não, não é a chapinha das mina, é da gelada mesmo. Chapinha na calçada não faz a balada ficar mais divertida. E não importa a marca, seja Antárctica ou Itaipava, a boa mesmo é joga a chapinha na lixeira ou dar um toque no garçom pra não deixar essa sujeira na calçada.

Calçada de buteco em Copacabana, Rio de Janeiro, 2014, de Beatriz Carvalho Diniz  [ Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 3.0 Brasil - Faça bom uso sem fins comerciais]


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Os condenados desta terra

A lista de violações de direitos dos povos indígenas no estado de Mato Grosso do Sul é tão grave e extensa que pode ser classificada em diversas categorias: insegurança alimentar; remoção dos territórios tradicionais para as reservas indígenas; violência contra a mulher nas áreas de retomada e nas reservas, criadas pelo Governo Brasileiro; contaminação por agrotóxicos; intolerância religiosa; assassinato; trabalho escravo; exploração sexual; crianças fora da escola e sem atendimento médico, isto num contexto demográfico em que 45% dos Guarani e Kaiowá, neste estado, têm menos de 17 anos de idade.

O estado é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizado na região centro-oeste do Brasil, fronteira com o Paraguai e a Bolívia. Sua área total é de 35 milhões de ha, sendo que o rebanho de 23 milhões de bovinos ocupa 65% de todas as terras. A população Guarani e Kaiowá, removida sistematicamente deste 1915 de seus territórios transformados em fazendas, ocupa, na atualidade, apenas 0,08% das terras, 30 mil hectares.

Na década de 90, o incremento do cultivo de cana-de-açúcar para produção de etanol e biodiesel aumentou a pressão econômica sobre as terras indígenas e o consequente aumento dos assassinatos e suicídios. Os interesses econômicos nestas terras indígenas podem ser mapeados na Justiça Eleitoral, onde é possível consultar o grande volume de doações para financiamento de campanhas eleitorais de deputados estaduais por parte de empresas frigoríficas e usinas de etanol.
Em 2013, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior - SECEX, o montante das exportações do estado atingiu 4,21 bilhões de dólares americanos. Ao mesmo tempo em que os produtos agrícolas passaram a ser negociados no mercado internacional com preços regulados em bolsas de valores, de 2003 a 2015, 585 indígenas cometeram suicídio e 390 foram assassinados. Ainda assim, os casos são pouco conhecidos devido ao silêncio dos meios de comunicação, comprometidos ideológica e financeiramente com os poderes econômicos que possuíram grandes parcelas do poder executivo, legislativo e judiciário.

A população indígena total do estado é de 71 mil pessoas (SESAI, 2015), aproximadamente 10% da população declaradamente indígena brasileira, sendo que os casos mais graves de violência afetam os Guarani, Kaiowá e Terena, etnias que estão entre cinco mais numerosas do Brasil. Apesar do genocídio de 9/10 da população indígena brasileira ao longo dos cinco séculos de colonização, o país ainda é a nação com a maior diversidade étnica do continente, com 310 povos indígenas (FUNAI, 2015). Não sabemos até quando.

Nos últimos meses, a situação de violência contra as comunidades indígenas no cone sul de Mato Grosso do Sul - MS, Brasil, tem se deteriorado a tal ponto que uma das áreas, Nhanderu Marangatu, no município de Antônio João, MS, está sob intervenção do exército para garantir provisoriamente a vida dos Guarani e Kaiowá. Nesta terra indígena foi assassinado, no dia 29.08.15, o líder indígena guarani Simeão Vilhalva, 24 anos. De acordo com a comunidade, o crime, segundo a comunidade em declarações dadas à imprensa, foi resultado da ação de pistoleiros, fortemente armados, contratados por fazendeiros, que possuem títulos em terras identificadas como indígenas pelo Estado brasileiro em 2005, mas cuja homologação foi suspensa em caráter liminar pelo poder judiciário, no caso o STF.

Considerando a morosidade na identificação e homologação das terras indígenas por parte do governo federal e a suspensão em caráter liminar pela justiça de terras homologadas, muitas comunidades optaram, mesmo correndo risco de vida, em retornar para as antigas aldeias de onde foram removidas a partir do início do século XX. Este processo de retorno e reversão autônoma do confinamento tem sido denominado pelos próprios indígenas de retomada ou ocupação.
Por outro lado, na cidade de Antônio João, MS, houve incitação da opinião pública pelo sindicato rural, segundo imprensa escrita, com base no boato que os indígenas ateariam fogo na cidade, acirrando ainda mais o preconceito e provocando um verdadeiro clima de guerra. Além disso, políticos da bancada federal chegaram a participar de reuniões no sindicato patronal, ao cabo da qual, acompanharam uma caravana de proprietários rurais até o local das retomadas. Durante este conflito foi assassinada a liderança Simeão Vilhalva. Até este momento, uma parte da população indígena do município ainda está impedida pelos moradores de sacar dinheiro nos caixas eletrônicos nos comércios da cidade para compra de alimentação, produzindo uma crise humanitária pela falta de alimentos. As crianças em idade escolar nas fazendas retomadas também foram impedidas de embarcarem no transporte escolar para irem à escola. Um dos últimos desdobramentos desta crise foi noticiado pelo jornal eletrônico Campo Grande News (02.10.2015), dando conta da denúncia ao Ministério Público Estadual contra a Deputada Estadual Mara Caseiro (PT do B) por perseguição a ativistas que organizaram uma campanha de arrecadação de alimentos para índios guarani e kaiowá de área atacada em Antônio João, MS.

A foto 01 (JACIANA BENITES, 2015), de 19.09.2015, indica a dimensão do conflito, pela quantidade de cartuchos deflagrados em apenas uma noite em uma das áreas, Aldeia Potrero Guasu, município de Paranhos, MS.

A foto 02 (ELIEL BENITES, 2015), de 06.08.2015, é da ferida no pé de uma criança da Aldeia Pacurity, Dourados, MS. O menino ficou sem atendimento médico por mais de três meses.

Entre as causas deste quadro, temos a remoção forçada durante décadas dos indígenas realizada pelo próprio Estado, especialmente durante a ditadura militar (1964-1985). As lideranças indígenas que ousam romper o silêncio são ameaçadas de morte e são alvo de ataques paramilitares como, por exemplo, aquele desferido contra a comunidade de Guaiviry, no município de Aral Moreira, responsável pela morte e desaparecimento do cacique Nisio Gomes.

Em resposta, a Assembleia Legislativa do estado instalou uma Comissão de Investigação (CPI) que acusa as próprias lideranças indígenas e seus apoiadores pela violência crescente, mostrando a opção preferencial do Estado brasileiro na defesa do agronegócio e a produção de commodities agrícolas para o mercado internacional em detrimento dos direitos sociais.

De acordo com informações do governo (RENAI, 2015), o estado abate todo ano 4,6 milhões de bovinos, 12 mil cabeças por dia. Instalou, nos últimos anos, 28 novas usinas para produção de etanol e biodisesel a partir da cana-de-açúcar, ampliando as 14 já existentes. A produção de soja é de 5 milhões de toneladas/ano, gerando um enorme mercado para os insumos agrícolas de empresas multinacionais. O incremento dos investimentos por empresas e bancos está na origem do aumento da violência contra as populações originárias, especialmente na redução dos territórios tradicionais e exploração do trabalho indígena no corte da cana.

A omissão do Estado brasileiro em cumprir os direitos indígenas estabelecidos na Constituição Federal em 1988, que previu a homologação e a demarcação das terras indígenas, e o atraso na identificação destas terras permite que a violência se perpetue e se converta em genocídio.


Neimar Machado de Sousa, Karai Guaiguingue 
Membro da Comissão Regional Justiça e Paz e professor na Faculdade Intercultural Indígena - FAIND/UFGD, em Dourados, Mato Grosso do Sul

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Falar apagar a velinha querendo dizer "apagar a velhinha"? A piada sem graça do supermarket e o dia do idoso.

O comediante famoso fala que é hora de apagar a velinha querendo dizer "apagar a velhinha", que está ao lado dele sorrindo e é a garota propaganda do mercado aniversariante. Fala sério, tem graça? Não, tem graça não, meu bem. E não é só por causa da velhinha, é porque a empresa Supermarket está estabelecida no Rio de Janeiro, onde "apagar" alguém não é brincadeira, é fato.
reprodução de imagem do comercial 
Talvez o dono e os tomadores de decisão do Supermarket não tenham mãe nem avó, assim como os profissionais da agência que "criou" esse comercial, ou não gostem delas, enfim... O que deviam saber, e bem, é que não precisa vender preconceito ou apologia à violência travestidos de piadinha pra divulgar seus produtos. Que indelicadeza, que falta de sensibilidade, e com veiculação até no Dia Nacional do Idoso [1/10].



Dê o futuro de presente pro seu filho no dia das crianças

Aproveite o Dia das Crianças para mostrar a seus filhos como você cuida do futuro da sua família. Dar e receber presentes é bom, mas, a vida é mais que isso, né? E tudo que fazemos hoje tem efeitos amanhã. Por isso, não canso de repetir que sustentabilidade está em nós, nas nossas escolhas cotidianas.
Faça sua escolha hoje:
. Reaproveita a embalagem de papelão { Com desenhos, recortes e um pouco de cola vocês transformam uma caixinha em um organizador com  memória afetiva de terem feito juntos
. Não mistura embalagens com o lixo úmido { As embalagens de plástico, laminadas, de isopor e papel podem ser recicladas, coloque todas num plástico transparente para jogar fora
. Entrega o presente de um jeito diferente { Explica que presente é legal, mas, que nada vale mais que expressar amor com um forte abraço, um bilhetinho cheio de afeto, um café na cama ou um singelo Amo muito você!
E faça um Feliz Dia das Crianças Sustentável!


quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A escova de dentes mais barata do mercado

Trocar a escova de dente pode ser mais barato do que você já se acostumou a gastar. Foi por acaso que encontramos a Jonhson’s Eco, cujo cabo é feito de plásticos não utilizados e que seriam desperdiçados. Custa 1,99 e o preço não aumentou nos últimos meses, apesar da crise.

Evitar desperdícios, reciclar e reutilizar plásticos é uma fórmula mágica. E nós fazemos essa mágica no cotidiano, com nossas escolhas. Quando você escolhe comprar uma escova de dentes feita de material reciclado e com preço mais baixo, está dizendo ao mercado que prefere menos prejuízo pro meio ambiente e pro seu bolso.
A escova é ótima. Mas, o pessoal da Jonhson’s não é tão bom assim em português. No verso da embalagem tá lá meio ambiente escrito com hífen. Tem hífen não, pessoal…


Enxugando gelo até que a água acabe

Disse dona dilma na ONU que a meta do Brasil é reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa [GEE] até 2030. Com meta ou sem meta, o que importa é haver condições para reduzir, e isso não existe por aqui.
O governo brasileiro é avesso à sustentabilidade, tanto que apostou no consumismo travestido de redução da pobreza para "vencer" a crise mundial [poder aquisitivo sem poder de escolha], que investiu em termelétricas ignorando o potencial fantástico que temos para energia solar, eólica e do lixo, que tem promovido um retrocesso em relação à legislação ambiental, tratorando licenciamentos, sem dialogar e sem viabilizar a participação popular característica da Política Nacional de Meio Ambiente.
É do setor agropecuário que sai boa parte da emissões de GEE do Brasil. Com dona katia abreu sentada no ministério da agricultura, e sua visão agrotoxicada e desmatadora, quais condições estão sendo criadas para se alcançar alguma meta?
Aliás, como negociar cargos pode dar ao nosso país condição tecnicamente decente para cumprirmos qualquer meta que seja? Nem adianta consultar o caderno de dúvidas...

Enquanto estiverem aboletados no poder as ôtoridades de sempre, preocupadíssimas com seus votinhos, carguinhos, esquemões e mordomias, tomando decisões em nosso nome e em defesa dos interesses econômicos desse modelo fracassado, insustentável e em crise, vamos continuar enxugando gelo até que água acabe. Tictactictactictactictac...

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Tome um chá, conforte seu corpo, cuide de ser feliz...

Segunda é o dia de fazer campanha pra você não comer carne. Só que a receita da chef Claudia Girelli para hoje não é de comer, é de inspirar. Com amor, do blog Sal & Ervas, tome um chá, conforte seu corpo, cuide de ser feliz...
Coloque uma água numa panela e observe. Quando ela estiver a formar umas bolhinhas, verta para uma xícara sobre uma casca de limão finamente retirado (sem a parte branca) e uma estrela de anis. Deixe descasar por cinco minutos.
http://bit.ly/CGChádelimãoeanis