sábado, 17 de outubro de 2015

Do Brasil para o mundo: a campanha de boicote ao‪ agronegócio‬ de MS

A carne, a soja e a cana de Mato Grosso do Sul, vendidas a europeus, americanos e asiáticos, têm o sangue de indígenas brasileiros. Do Brasil para o mundo, o pedido é para que não comprem. A campanha internacional de boicote ao‪ agronegócio‬ de Mato Grosso do Sul é uma resposta da sociedade à omissão do governo federal ao genocídio dos Guarani Kaiowá, sobre os quais se acirrou nos últimos meses a violência dos fazendeiros invasores de terras indígenas que já deveriam ter sido demarcadas e homologadas desde 1993, conforme a Constituição Federal.  

A lista de violações de direitos dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul é tão grave e extensa quanto ignorada no estado e no país. Insegurança alimentar, remoção dos territórios tradicionais, violências contra mulheres e crianças, contaminação por agrotóxicos, intolerância religiosa, assassinato, trabalho escravo, exploração sexual, crianças sem acesso à educação e saúde. A inversão de valores e direitos é tamanha que a assembleia legislativa do estado abriu CPI para investigar as ações do CIMI de proteção aos índios, e não para investigar tiroteios, mortes, estupros, incêndios, impedimento de crianças irem à escola, o não atendimento de feridos, a obstrução de ajudas. 

O volume de doações de empresas frigoríficas e usinas de etanol para financiar campanhas eleitorais de deputados estaduais indica a predominância dos interesses econômicos sobre a lei e a vida, explica a tradição dos valores e direitos invertidos. Mato Grosso do Sul, localizado na região Centro-oeste, na fronteira com Paraguai e Bolívia, tem uma área total de 35 milhões de hectares, dos quais 65% são destinados ao rebanho de mais de 20 milhões de bovinos. Apenas 30 mil hectares são ocupados pelos Guarani Kaiowá, cuja população desde 1915 tem sido sistematicamente removida de seus territórios tornados fazendas, o que corresponde a menos de 1% da área total do estado. Com o incremento do cultivo de cana-de-açúcar para produção de etanol e biodiesel, na década de 90, a pressão econômica sobre as terras indígenas aumentou, assim como os assassinatos e suicídios de índios

Engaje-se { http://bit.ly/CPIdoGenocidio

Veja a campanha com as peças em 3 idomas em Eco Lógico Sustentabilidade e compartilhe { http://bit.ly/CampanhaboicoteagronegocioMS

Saiba mais sobre o contexto de violências contra os indígenas em Mato Grosso do Sul no artigo Os condenados dessa terra do Prof. Dr. Neimar Machado de Sousa, publicado no Portal EcoDebate  { http://www.ecodebate.com.br/2015/10/13/guarani-e-kaiowa-os-condenados-desta-terra-artigo-de-neimar-machado-de-sousa/

Para acessar a matéria da Carta capital “Omissão assassina no Mato Grosso do Sul - O governo e a Justiça têm culpa no conflito sangrento entre índios e fazendeiros”, de Rodrigo Martins, publicada em 09/10 { http://www.cartacapital.com.br/revista/870/omissao-assassina-6689.html

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