Uma planta indiana cultivada no Brasil nos ajuda a
entender e mudar hábitos
Estamos acostumados a ouvir que comer frutas,
legumes e verduras faz bem para a saúde. É verdade. E até em talos, folhas e
cascas tem vários nutrientes que precisamos botar para dentro do nosso
organismo. O problema é que achamos que não gostamos de alimentos naturais,
afinal, somos bombardeados pela publicidade dos produtos industrializados e
convencidos de que consumir marcas é o que importa. Comemos muitas porcarias
disfarçadas com corantes, saborizantes e aromatizantes, que nem são nutritivas,
e não damos lá tantos exemplos para as crianças curtirem o crocante da maçã da
Branca de Neve, o espinafre do Popeye ou a cenoura do Pernalonga. Mas, além
desse costume torto que depende das nossas escolhas, ainda temos o grave
problema do uso exagerado de agrotóxicos nas lavouras brasileiras, permitido
exatamente porque não gastamos nosso poder de escolher.
Agrotóxicos são venenos que contaminam as pessoas,
os solos, as águas e os alimentos. Diversos estudos relacionam agrotóxicos a
efeitos nocivos sobre a nossa saúde e segurança alimentar e nutricional. O
Instituto Nacional do Câncer [INCA] divulgou sua posição contra as práticas de
uso de agrotóxicos no Brasil, ressaltando seus riscos à saúde, inclusive nas
causas do câncer.
O
Brasil é o maior importador de agrotóxicos do planeta, recordista desde 2008. E
o que é pior, aqui são usados mais de 10 tipos de venenos já proibidos no mundo.
Então, tem agrotóxicos em frutas, legumes e verduras que nos são vendidos,
pelos quais pagamos para comer e servir a nossa família. Tem agrotóxicos também
nesses produtos artificiais, nos ingredientes de biscoitos, pães, cereais
matinais, lasanhas, pizzas, como trigo, milho e soja. E nós nem sabemos, sequer
nos informam.
Mesmo
com o status negativo de campeão mundial no consumo de agrotóxicos e ainda usando
substâncias já proibidas nos Estados Unidos e na Europa, o Brasil exporta
produtos da agropecuária brasileira porque atende às
exigências do mercado internacional com soluções de controle biológico de pragas e de fertilização orgânica. Mas,
e a produção de alimentos para o nosso consumo, vai continuar na base de
agrotóxicos?
Nossa escolha no campo e na cidade
Processos e produtos amigáveis ao meio ambiente são
alternativas eficientes, seguras e econômicas para substituir o uso tantas
substâncias químicas em lavouras e criações. Prova disso é a árvore Neem, de origem indiana, que se destaca pela
variedade e confiabilidade de seu uso, com seus produtos defensivos,
fertilizantes, antiparasitários e repelentes naturais e
atóxicos. Tudo que se produz a partir do princípio ativo, extraído das folhas,
frutos, cascas, sementes e madeira dessa árvore, é utilizado na medicina,
cosmética e agricultura há mais de 4 mil anos na Índia.
Neem
combate mais de 400 tipos de pragas agrícolas sem causar danos ao meio ambiente,
é natural e atóxico. Na pecuária, Neem combate insetos e parasitas, reduz o custo com medicação para
os animais e não deixa
resíduos na carne nem no leite. A confiabilidade do Neem tem sido
atestada por diferentes instituições, como Embrapa, Unicamp e Universidade
Federal do Paraná (UFPR). Pesquisadores da Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), por exemplo, comprovaram que a aplicação do óleo de Neem em
lavouras como da mandioca combate o ácaro vermelho.
Então,
o produtor rural tem soluções disponíveis no mercado brasileiro para melhorar seus
processos de cultivo e criação, assim como a qualidade de frutas, legumes,
verduras, leite e carnes. Não precisa depender de agrotóxicos. E pode escolher se
adiantar ao invés de ser surpreendido pelo seu comprador usual querendo deixar
de vender alimentos produzidos com agrotóxicos, porque os clientes dele na
feira querem comprar frutas, legumes e verduras saudáveis de verdade, sem
venenos, e estão trocando de barraca.
Aliás,
você já perguntou nas barracas da feira em que costuma comprar frutas, legumes
e verduras se o cultivo é com agrotóxicos? Pergunta! Queira saber, porque a
demanda formata a oferta. Converse com os feirantes sobre a procedência do que
vendem a você, use seu smartphone conectado para checar os sites dos produtores
e leve em consideração a sua saúde e da sua família na hora da escolha de
compra. E descubra como é a oferta de produtos orgânicos na sua cidade, se tem
em mercados, hortifrutis, feiras, associações de produtores, grupos de compra.
Bom para o ambiente, melhor para nós
Morando
no campo ou na cidade, somos todos consumidores e precisamos entender que o que
é bom para o meio ambiente é bom para nossa saúde. Mudar práticas na produção e
hábitos de consumo provoca também mudanças no mercado, é a lei da oferta e da
procura.
Uma
iniciativa bem bacana na cidade do Rio de Janeiro é o Circuito Carioca de
Feiras Orgânicas, reunindo produtores e expositores dedicados à comercialização
de alimentos 100% orgânicos e certificados. Segue o link https://www.facebook.com/feirasorganicas para você
conhecer o circuito, compartilhar com quem tem interesse na sua cidade e
apresentar na prefeitura e para o vereador em que você votou.
A
produção de orgânicos no Brasil aumenta 20% por ano desde 2010, segundo o
SEBRAE. O número de produtores orgânicos cresceu mais de 50% de 2014 para 2015.
E a natureza é tão incrível que com uma única árvore temos diversas soluções
para diferentes problemas sem prejudicar o meio ambiente e sem nos encher de
venenos. Os produtos derivados do Neem não são tóxicos para o homem nem para os
animais e são biodegradáveis, porque seu DNA é livre de moléculas químicas.
Como
diz a Romina Lindemann, Diretora-geral da Preserva Mundi [especializada no
cultivo de Neem e na fabricação de seus produtos derivados], Neem é o grande
aliado do produtor rural brasileiro para reduzir custos e tornar a produção
mais limpa e menos danosa ao ambiente e às pessoas. “O Brasil precisa saber
mais sobre as vantagens e os benefícios do Neem e explorar nosso potencial na
agropecuária orgânica.” Tem toda razão. Abandonar agrotóxicos na agropecuária não
se reduz a uma tendência e nem ao interesse de mercado, é bom para o meio
ambiente e é ainda melhor para nós.
Eu não sou produtora rural e uso Neem. É que a
versatilidade da árvore é tanta que rende produtos para usarmos em casa e nos
bichinhos que amamos, como o repelente e o sabonete. Substituí inseticida pelo
repelente de Neem, que também entra na finalização da faxina. Como sou a humana
de estimação da gata Amor Amora, optar por um repelente natural é vantajoso
também por não fazer mal à bichana. Cuido da higiene e do controle de pulgas em
Amor Amora com o sabonete de Neem próprio para cães e gatos. Estou muito da
satisfeita por ter mudado. E se você pensa em experimentar, saiba mais sobre o
Neem, seus usos e produtos em Preserva Mundi http://bit.ly/PreservaMundiprodutos.
Beatriz
Carvalho Diniz
Criativa de
Eco Lógico Sustentabilidade, conteúdo produzido com amor, sem fins lucrativos,
desde 2009. Consultora de Comunicação e Sustentabilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário