quarta-feira, 5 de agosto de 2015

As crianças, as placas e o tal do legado na cidade olímpica

A 1 ano dos Jogos Olímpicos crianças e jovens passam o dia à toa na área do Metrô do Estácio em frente da Empresa Olímpica, a cidade do Rio continua a ignorar que estão fora da escola e sob o risco grave de aliciamentos.
 Ah, isso não tem nada a ver. Tem sim! Uma placa que custa quase 30 mil reais e tomba na primeira batida não é mais importante que a vida e os direitos de crianças e adolescentes, mas, as placas são "legado" de modernidade e estão sendo instaladas.

É mais barato ligar para o Conselho Tutelar e informar que crianças e jovens estão de bobeira, mas, quem liga? Nem mesmo os profissionais que passam todos os dias pela área do Metrô, e são abordados pelas crianças que pedem dinheiro, são capazes de enxergar que tem uma ação de integração da Empresa Olímpica com seu entorno gritando bem ali na frente.

Para o prefeito Eduardo Paes, a Olimpíada serviu para tornar a cidade mais integrada e mais justa. Beleza, mas, legado não é só obra. Nem basta fazer um comercial tipo descoladinho, com lindas imagens e um narrador dizendo que "Ninguém sai do lugar fazendo sempre as mesmas coisas, do mesmo jeito", para as coisas serem feitas de outros jeitos.
Mudar o olhar, enxergar os outros e seus direitos negados, facilitar ações e prevenções, isso também seria legado.

 A placa do "legado" depois de uma batida. E o que sobrou na calçada...


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